domingo, 22 de agosto de 2010

anand TAZA - Os Pássaros de SADAKO - peça teatral, comentário crônica

Ontem fui convidado a visitar o teatro BELLA, na bela Vista, um localzinho MUITO bacana, simples, e funciona, tipo galpão... um teatro.

Minha amiga Annete Moreira, locutora e radialista (e então agora soube na prática) atriz performa OS PÁSSAROS DE SADAKO,

uma peça que eu, sem informação, pensava que era talvez uma peça infantil, ou um koan zen. Pois versa em torno de origamis, aqueles passarinhos por exemplo, que a gente tem de passar horas aprendendo a dobrar.


Ao entrar, saquei, que, muito mais do que isso, a peça versa é sobre HOROSHIMA [perdão, Hiroshima, Horror-shima], a bomba atômica, e um dito que se você dobrar 1000 pássaros de papel em origami, deus lhe concede um desejo.O desejo da atriz principal seria pois, se livrar da doença que lhe foi inculcada pela bomba atômica.


Pra começo, portanto, fiquei sacando então que não foi só o caso de 80 mil pessoas perecerem de imediato - se não foi mais - mas os efeitos radiativos desse ato cretino e criminoso: LEUCEMIA grave.

Muita gente pereceu por ficar exposto à radiação.

Tudo isso 4 atores numa interpretação MAGISTRAL passam para a gente.

Eu compreendi ali e então por que que Osho afirma que a arte está no meio termo entre a religiosidade (religião) e a ciência.

A arte é capaz de transmitir EM LOCO aquilo que lendo a gente não atina.

Ver os personagens andarem devagar, bem zen muitas vezes, caracterizados de kimonos ou que seja, é uma experiência forte, ainda mais se você estiver na primeira fila, como meu interior mandou eu ficar: a gente TEM que se envolver na coisa.


Muito lindo, apesar de muito chato, digo, CONTUNDENTE.

Entrando lá, a gente consegue sentir e entender o HORROR que deve ter sido aquilo.

E mais que isso, me deu a sensação de que quem jogou as bombas nos deve a morte de 400 mil seres humanos de uma forma terrível e torpe.

Pior ainda, quem jogou a bomba não só dizimou QUEIMADOS, ao redor de pelo menos 200 mil pessoas, que morreram INSTANTANEAMENTE quase, mas as sequelas terríveis da leucemia e dores atrozes de artroses, cabelo caindo, e a noção de que se vai morrer meio cedo, meio logo.


Tudo isso começou a girar na minha cabeça junto com música zen tipo flautas japonesas ou um canto lindo de uma criança japonesa cantando, ou que seja o que foi, MAGISTRAL. Mas doeu um tanto.

TUDO começa a passar na cabeça.

OUTRA que me passou e pode se nos passar é: POR QUE DUAS CIDADES e não uma só?

O meu amado Osho nos diz que um dos grandes interesses do poder estabelecido foi MOSTRAR poderio.

O Einstein chegou a escrever uma carta afirmando que o Japão já estava quase perdido na guerra, NÃO HAVIA necessidade de jogar uma bomba.

E se era para intimidar... por que DUAS bombas?

Uma só não basta para intimidar?

Daqui há alguns anos pode ser que algum doido aperte o botão e as cidades mais visadas podem ser as NOSSAS!

Tudo isso passa na sua cabeça, digo, passou na minha, em uma hora e pouco de espetáculo bem cuidado, sala AMPLA, pé direto alto, apesar da simplicidade, indubitàvelmente correto. Duas canções para mim estavam muito altas de volume, mas como eu tive problemas auditivos gravando em estúdio, pode ser que você não ache, caso vá ver.


Cá entre nós, então,

ALTAMENTE RECOMENDÁVEL.

Na próxima sexta feira, entendi, a peça será apresentada às 21 e 30.

No sábado, 18 horas.

Mas confirme com Annete Moreira no annetemoreira@gmail.com.

A peça está em cartaz no Teatro Bella (antigo teatro X) rua rui barbosa 399 tel 11-3283-2780

Love

anand TAZA

PS A turma é ADERALDO MAYA - ANNETE MOREIRA (RADIO USP FM) - ÉRITO MAYER - LUCIANA VENÂNCIO.

A direção é de GERALDO FERNANDES, grande Geraldo!

Um ponto ainda a mais, a moça que dobra os papéis para os passarinhos, você deveria ver o KIMONO, quando ela surge com ele, uma glória.

A gente deveria se amar o suficiente para usar algo lindo assim. Magistral, Parabéns. Love.

PS2 Não liguem para meu geito de escrever. Eu sou assim mesmo!


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"Não estamos buscando nenhum paraíso nas nuvens. Se ele estiver lá, nós o apanharemos, mas primeiro precisamos construir um paraíso aqui na terra; essa será nossa preparação. Se pudermos viver num paraíso na terra, então, esteja ele onde estiver, será nosso."  Osho

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